Como pagar com criptomoeda: integrações, empresas, meios aceitos no Brasil

Pagamentos com Criptomoedas 7 de Out de 2025

O uso de criptomoedas deixou de ser restrito ao investimento e passou a ocupar espaço no dia a dia de pessoas que buscam alternativas para pagar contas, boletos ou até transferir valores por PIX. Essa transformação é impulsionada por dois fatores principais: a regulamentação brasileira mais clara e a evolução dos serviços de intermediação que conectam o mundo cripto ao sistema financeiro tradicional.

Como pagar com criptomoeda: integrações, empresas, meios aceitos no Brasil

Apesar de ainda não serem vistas como moeda oficial, as criptomoedas podem ser empregadas para pagamentos no Brasil, contanto que exista um intermediário capaz de transformar os ativos em reais e finalizar a transação. Este texto explica como operam esses pagamentos, quais são os métodos mais comuns, as exigências legais pertinentes e as precauções que o usuário deve considerar.

O marco regulatório das criptomoedas

Antes de entender como funcionam os pagamentos com cripto no Brasil, é essencial conhecer o ambiente jurídico que sustenta esse mercado. Sem essa base, o usuário corre o risco de utilizar ativos digitais sem observar exigências legais ou fiscais importantes. O país já avançou nesse campo e hoje existe uma estrutura normativa que orienta empresas, consumidores e prestadores de serviço.

A principal referência é a Lei nº 14.478/2022, que institui o marco legal dos criptoativos no Brasil. A norma define diretrizes para prestadores de serviços, exige programas de prevenção à lavagem de dinheiro e impõe regras de governança para empresas que atuam nesse mercado.

O Banco Central do Brasil foi designado pela Lei nº 14.478/2022 como autoridade responsável por autorizar e supervisionar prestadores de serviços de ativos virtuais (VASPs). Ao mesmo tempo, reforça que as criptomoedas não têm curso legal e não são garantidas pelo governo. Ainda assim, podem ser usadas como meio de troca em transações voluntárias, desde que as partes envolvidas estejam de acordo ou utilizem um serviço que faça a ponte com o real.

No campo tributário, a Receita Federal obriga a declaração de todas as operações com criptoativos, mesmo aquelas feitas fora do Brasil. Exchanges sediadas no Brasil já reportam automaticamente todas as operações de clientes à Receita Federal, conforme a Instrução Normativa nº 1.888/2019. Já pessoas físicas ou jurídicas que operam em exchanges no exterior ou realizam transações P2P precisam informar quando o volume mensal ultrapassa R$ 30 mil. Além disso, todos os valores em cripto devem constar na declaração anual de Imposto de Renda. Isso significa que ao pagar um boleto ou fazer um PIX com criptomoeda, o usuário deve manter registros e cumprir suas obrigações fiscais.

Principais meios de pagar com criptomoeda no Brasil

A expansão dos serviços de intermediação permitiu que criptomoedas fossem utilizadas para a liquidação de obrigações cotidianas no Brasil. Hoje, os principais meios de pagamento em cripto são os seguintes:

Pagamento de boletos bancários

Diversos gateways já permitem que o usuário utilize criptomoedas para quitar boletos de consumo, faturas de cartão de crédito ou cobranças de serviços. O processo ocorre por meio da conversão automática da cripto em reais, garantindo que a instituição emissora do boleto receba o valor integral em moeda nacional.

Transferência via PIX

Com a integração ao PIX, o usuário consegue enviar criptomoeda para o gateway, que converte o valor e realiza o PIX ao destinatário em reais. Essa modalidade é prática porque aproveita a infraestrutura de pagamentos instantâneos do Banco Central, permitindo a liquidação imediata. Isso permite pagar fornecedores, amigos ou até mesmo realizar transações comerciais usando ativos digitais como fonte de liquidez.

Cartões pré-pagos recarregáveis com cripto

Alguns serviços oferecem a possibilidade de recarregar cartões pré-pagos com criptomoedas.  Após a conversão para reais, esses cartões funcionam em qualquer estabelecimento que aceite bandeiras tradicionais como Visa ou Mastercard, funcionando como um “atalho” entre o universo cripto e o sistema financeiro convencional. Embora menos comum, é uma forma de transformar cripto em poder de compra direto no varejo.

Compra de créditos e gift cards

Outra alternativa prática é a compra de créditos e gift cards usando criptomoedas, Isso inclui recarga de celular, crédito em lojas de aplicativos, serviços de streaming ou até vale-presentes de grandes redes de varejo. Essa modalidade expande o uso de cripto sem depender da aceitação direta do comerciante.

Pagamento direto em cripto entre carteiras

Em menor escala, ainda existe a possibilidade de pagar produtos ou serviços transferindo criptomoeda diretamente para a carteira do recebedor. Essa prática é mais comum em negociações entre indivíduos ou pequenos empreendedores que aceitam ativos digitais como forma de pagamento. Nesse modelo, não há conversão imediata em reais, e ambas as partes assumem os riscos da volatilidade.

Setores que já utilizam pagamentos com cripto

O pagamento com criptomoedas ainda não é amplamente aceito no varejo físico, mas já encontra espaço em setores específicos:

  • Serviços digitais e tecnologia, onde há maior familiaridade com o universo cripto.
  • Remessas internacionais, aproveitando a agilidade das blockchains para reduzir custos e prazos.
  • Liquidação de boletos e PIX, que se tornou um dos usos mais comuns dos gateways no Brasil.

Essas aplicações demonstram que os criptoativos já começam a se integrar à rotina financeira de muitos brasileiros, mesmo que ainda de forma indireta.

Como funciona na prática o pagamento com criptomoedas

Embora cada modalidade tenha suas especificidades, o processo segue um padrão semelhante. Para quem deseja pagar um boleto ou realizar um PIX com ativos digitais, o fluxo típico é este:

  1. Cadastro e verificação: o usuário cria uma conta no gateway e passa por um processo de identificação, conhecido como KYC, exigido pela Lei nº 14.478/2022 para prevenir lavagem de dinheiro e financiamento ilícito.
  2. Envio da criptomoeda: a carteira digital do usuário envia Bitcoin, Ethereum, stablecoins ou outro ativo aceito pela plataforma.
  3. Conversão automática: o gateway calcula a cotação, aplica eventuais taxas e converte o valor em reais, reduzindo o impacto da volatilidade.
  4. Liquidação do pagamento: o boleto é pago ou o PIX é realizado no valor integral em reais, garantindo que o destinatário não precise lidar com cripto.
  5. Comprovante e registro: a operação gera comprovantes que devem ser guardados para fins fiscais, já que a Receita Federal exige a declaração de todas as movimentações com criptoativos.

Esse fluxo é semelhante em outras modalidades, como o carregamento de cartões pré-pagos ou a compra de créditos digitais, sempre com a conversão em moeda nacional no momento da operação.

Vantagens e riscos de pagar com criptomoeda

Vantagens e riscos de pagar com criptomoeda

A adoção das criptomoedas como meio de pagamento traz benefícios evidentes para quem busca praticidade e integração com o cotidiano, mas também exige atenção a riscos que ainda fazem parte desse mercado em consolidação. Compreender os dois lados da moeda é essencial para que o usuário tome decisões conscientes ao utilizar seus ativos digitais para pagar contas, realizar transferências ou consumir serviços.

Vantagens

  • Integração com o cotidiano: pagar contas e boletos amplia a utilidade prática dos ativos digitais.
  • Rapidez: no caso do PIX, a liquidação é instantânea, aproveitando a infraestrutura do Banco Central.
  • Flexibilidade de ativos: muitos gateways aceitam diferentes criptomoedas, incluindo stablecoins, o que dá mais opções ao usuário.
  • Internacionalização: pagamentos em cripto podem facilitar remessas para o exterior, com menor custo cambial.

Riscos

  • Volatilidade: oscilações de preço podem reduzir o valor no momento da conversão.
  • Taxas: além das taxas de rede (mineradores ou validadores), há custos de serviço aplicados pelos gateways.
  • Exposição regulatória: mudanças tributárias recentes, como a MP 1.303/2025, ainda em análise no Congresso, podem prever novas alíquotas sobre ganhos em cripto e alterar a atratividade de pagamentos digitais..
  • Segurança: usuários ainda precisam manter boas práticas de proteção de suas carteiras, já que perdas por fraudes ou descuidos não têm garantia de ressarcimento.

Considerações finais

Pagar com criptomoedas no Brasil já é uma realidade. Seja para quitar boletos, enviar um PIX, carregar cartões pré-pagos ou adquirir créditos digitais, os gateways de pagamento permitem que ativos digitais sejam utilizados no dia a dia sem que o recebedor precise lidar com volatilidade ou custódia.

Apesar dos benefícios, é importante estar atento às regras legais, às obrigações tributárias e aos riscos de mercado. A regulação brasileira, ao mesmo tempo em que garante mais segurança, também exige transparência e responsabilidade por parte do usuário.

Para quem deseja utilizar suas criptomoedas com praticidade, segurança e taxas competitivas, soluções especializadas como a PagCrypto oferecem essa ponte entre o universo digital e o sistema financeiro tradicional. A plataforma possibilita pagar boletos e PIX de forma simples, transparente e alinhada ao marco legal vigente.

Quer descobrir como usar suas criptomoedas para pagar contas, boletos ou transferir valores via PIX de forma segura e dentro da lei? Acesse a PagCrypto e veja como simplificar o uso dos seus ativos digitais no dia a dia.

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